terça-feira, 30 de março de 2010

Um dia a gente muda o destino dos pobres..


Numa mesa pediram cachaça. Houve um movimento de copos no balcão. Um velho então disse:
- Ninguém pode mudar o destino. É coisa feita lá em cima – apontava o céu.
Mas João de Adão falou de outra mesa:
Um dia a gente muda o destino dos pobres...
Pedro Bala levantou a cabeça, Professor ouviu sorridente. Mas João Grande e Boa-Vida pareciam apoiar as palavras do velho, que repetiu:
- Ninguém pode mudar, não. Está escrito lá em cima.
- Um dia a gente muda... – Disse Pedro Bala, e todos olharam para o menino.

Jorge Amado - Capitães da Areia (excerto)

Foto: Manifestação 26 de Março, Lisboa

futuro




foto: Aljustrel 2009

domingo, 28 de março de 2010



Foto: S. Bento, Lisboa, Março '10

sangue do meu sangue





Foto: Ervidel 2009

sexta-feira, 26 de março de 2010


Foto: Praça da Figueira, Lisboa, Março '10

quarta-feira, 24 de março de 2010

primavera





foto: Aljustrel, 09

terça-feira, 23 de março de 2010


Foto: Gulbenkian, Lisboa, Março '10

segunda-feira, 22 de março de 2010

Lisboa I


Lisboa com seu nome de ser e de não-ser
Com seus meandros de espanto insónia e lata
E seu secreto rebrilhar de coisa de teatro
Seu conivente sorrir de intriga e máscara
Enquanto o largo mar a Ocidente se dilata
Lisboa oscilando como uma grande barca
Lisboa cruelmente construída ao longo da sua própria ausência
Digo o nome da cidade
- Digo para ver

Sophia de Mello Breyner Andresen -Lisboa (excerto)


Foto: Lisboa, Março '10

infâncias





foto: Aljustrel '09

domingo, 21 de março de 2010

família





Foto: aniversário da avó. 09

sábado, 20 de março de 2010

É Terça-Feira



"E na Feira da Ladra nos vingamos
dum pouco desse tempo que morreu.
Em cada botão velho que compramos
há sempre uma corja de amos
que em Abril, Abril venceu.
Agora não compramos velharias,
tudo passado é lastro do futuro.
Nascemos para o sol todos os dias,
na nossa Feira da Ladra
já não há ladrões no escuro."

Ary dos Santos - Nova Feira da Ladra (excerto)


Foto: Feira da Ladra, Lisboa, Março '10

sexta-feira, 19 de março de 2010

ao deus do pão




Foto: Aljustrel 09

quarta-feira, 17 de março de 2010

À beira de água


Estive sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração
magoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação.) Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.

Eugénio de Andrade



Foto: Graça, Lisboa, Março '10

terça-feira, 16 de março de 2010

alegrias?




Foto: 1º de Maio de 2008 - Aljustrel

segunda-feira, 15 de março de 2010


Foto: Ourém, Março '10

comunistas




foto: Etelvina, Ervidel. 2008

domingo, 14 de março de 2010

As gentes I


Foto: Café Nicola, Lisboa, Março '10

Luz do mundo




foto: Lagar da UCP Freguesia da Unidade- Ervidel 2009

quinta-feira, 11 de março de 2010

lutos




foto: fevereiro de 2010

quarta-feira, 10 de março de 2010

Aqui ninguém pede esmola

"No ano passado, neste tempo
ainda andavas tu na escola
mas a família cresce e tu és rijo
e aqui ninguém pede esmola"

Sérgio Godinho - Domingo no mundo (excerto)

Foto: Feira da ladra, Lisboa, Março '10

dos penhascos da Beira Baixa



foto: fevereiro 2010

segunda-feira, 8 de março de 2010

Trapos e cacos e contradições




"Há quem viva
Sem dar por nada
Há quem morra
Sem tal saber
Velha ardida
Velha queimada
Vende a fruta
Se queres comer"

José Afonso - Mulher da Erva (excerto)


Foto: Feira da Ladra, Lisboa - Março '10

Utopias?



foto: Ferreira do Alentejo, Setembro 2009

domingo, 7 de março de 2010

Silêncio da criação




"estes claustros, este silêncio, estas ruínas, estas vozes milenárias que se ouvem ainda nas ruas, esta vasta solidão da planície em que o homem se sente ainda, angustiadamente, o senhor da criação"

Vergílio Ferreira - Aparição

Fotografia - Igreja S. Domingos, Março '10

o lado dos Homens


Ao lado dos homens as pedras, os bichos, outros homens. O mesmo equivale ao dizer a sibila de todos os medos e coragens. Na verdade, somos todos feitos da mesma luz, condição essencial até para os cegos. Falamo-vos do sonho. Rubro ou apenas sombreado na pequena esperança de que vos valha, de que nos valha ao humanismo, qualquer retrato do quotidiano de que aqui trazemos. É na junção das coisas simples que habita a denúncia da nossa condição. Passo primordial para a longa caminhada. Revolução.



foto: apanha da azeitona - Ervidel/Aljustrel 2009