Estive sempre sentado nesta pedraescutando, por assim dizer, o silêncio.Ou no lago cair um fiozinho de água.O lago é o tanque daquela idadeem que não tinha o coraçãomagoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo,dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,tão feito de privação.) Estou ondesempre estive: à beira de ser água.Envelhecendo no rumor da bicapor onde corre apenas o silêncio.Eugénio de AndradeFoto: Graça, Lisboa, Março '10
quarta-feira, 17 de março de 2010
À beira de água
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